tag:blogger.com,1999:blog-86007850937659083982024-03-13T09:38:34.112-07:00Arte, Teologia e Ciências SociaisCleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.comBlogger221125tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-49498994944654385842023-07-28T11:13:00.003-07:002023-07-28T11:14:37.182-07:00"Indecisão"<p>Por enquanto</p><p>É tão</p><p>É tanto</p><p>É quanto</p><p>No entanto</p><p>Conquanto</p><p>Por tão</p><p>Portanto</p><p>Ponto.</p><p><br /></p><p>liberdade, beleza e Graça...</p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-68748552775962636462023-03-27T08:29:00.005-07:002023-03-27T08:32:30.344-07:00"O filho, um dia, à casa torna"<p style="text-align: justify;">Com a morte do meu pai, tendo eu apenas 2 anos de idade, fui levado a um orfanato em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, tendo minha mãe virado as costas e deixado os três filhos com "amigos novos e em um lugar bonito". Foram 12 anos de orfanato. Anos de tortura e de muita violência e injustiça, mas ainda sem o Estatuto da Criança e do Adolescente, que à época nos protegeria muito, caso já existisse.</p><p style="text-align: justify;">Aos 12 anos de orfanato se juntaram um com minha avó materna, alguns meses em pensão, dividindo quarto com mais 7 e vendo minhas roupas sumirem e aparecerem suadas, e algum tempo morando de favor ou em um quartinho alugado, antes de alguma dignidade aparecer. Como o mais digno foi uma casinha de 2 cômodos e com banheiro externo, a ida para um grande centro se tornou condição fundante de existência. Fui para o Rio de Janeiro. </p><p style="text-align: justify;">Formação em Artes Cênicas e vida dura, sem dinheiro algum. Formação em Teologia e vida dura, sem dinheiro algum. Formação em Ciências Sociais e a coisa começou a clarear, mas só após o mestrado. Até isso, vida dura, sem dinheiro algum. Mas pelo menos já não era mais a história de dividir um pacote de biscoito para almoçar a metade e jantar a outra parte. Com o mestrado vieram a bolsa e as aulas, o que já me fez sentir cidadania correndo na veia. Ganhar 1200 reais "só para estudar", e estando em uma universidade federal era para mim a primeira experiência como cidadão; comecei a sentir que o país fazia algo por mim. No doutorado, apesar de uma bolsa ainda maior, eu já não sentia que era um favor do Estado, mas uma obrigação mínima. Não teve, pois, a emoção da primeira bolsa, a mais barata. </p><p style="text-align: justify;">Ao final do doutorado, a aprovação em concurso público federal. Acabou a vida dura, a falta de dinheiro algum. A dignidade enfim veio e trouxe consigo o que todo brasileiro deveria conseguir: sair da vida dura, a sem dinheiro algum. Anos e anos de Rio de Janeiro, anos de Espírito Santo e, após um pós-doutoramento que eu nem esperava, eis que surge uma oportunidade de voltar à terra do orfanato, a minha terra. Aqui tudo se mostra reconhecível, apesar de tantos bairros novos, pontes e avenidas largas. Rio Preto não é mais a mesma, mas não mudou nada. Entende o paradoxo? Um lugar totalmente mudado, mas o mesmo sentimento de pertença. A mesma possibilidade de se falar "é o meu lugar". </p><p style="text-align: justify;">Não sei ao certo se serei mais útil trabalhando as Artes Cênicas, a Teologia ou as Ciências Sociais. Mas agora é gastar nesse Rio o que o outro Rio me deu. Vivo, sou algo, entre dois Rios; o de Janeiro e o Preto. Tentei andar no Espírito, o Santo, mas não fui crente o suficiente. Não tenho mais o mar e nem a queima de fogos em Copacabana, mas tem o sotaque que outrora tive, tem um contingente de ao menos 100 irmãos de orfanato, tem família de sangue, tem a represa, o Teatro Nelson Castro, o Humberto Sinibaldi e o Paulo Moura. Tem o Bar do André, o do Roberto. Tem a igreja onde me converti e a professora que me salvou. Enfim, estou em casa; eu sou daqui. </p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça... </p><p> </p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-39300194106093042092022-11-30T14:07:00.002-08:002022-11-30T14:09:03.856-08:00"A Copa ainda poderá ser usada politicamente?"<p> (estou devendo esse texto). </p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-32866496335390736702022-10-28T12:09:00.007-07:002022-10-28T12:10:32.223-07:00"Bolsonaro cai agora, mas o bolsonarismo fica por um tempo"<p>(Estou devendo mais esse texto). </p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-65002244875332502992022-08-30T16:09:00.012-07:002022-11-03T15:43:54.724-07:00"É válido interpretar a Bíblia literalmente?"<p style="text-align: justify;">Há tempos venho ouvindo evangélicos radicais dizendo que acreditam na literalidade da Bíblia. Um aluno meu, em uma aula de Ciência Política, e sobre a situaçao nacional em um momento eleitoral, fez uma pergunta buscando entender a razão de "a Bíblia parecer estar do lado do bolsonarismo, já que são muitas as citações bíblicas feitas por esse grupo, que parece mesmo conseguir provar suas teses". </p><p style="text-align: justify;">Abri um parêntese na aula de Ciência Política e enveredei pela Teologia, área na qual tenho também formação. Comecei explicando que a possibilidade de se ler hoje literalmente a Bíblia se depara com a dificuldade de se entender hoje o contexto histórico dos tempos bíblicos, o que nos obrigaria a aprender sobre Exegese de textos antigos, tarefa nenhum pouco fácil, embora tenhamos muitos estudiosos que nos ajudam nessa empreitada, sendo um que admiro muito chamado Osvaldo Luiz Ribeiro, que mantém no Youtube uma excelente fonte de conhecimento chamada "Tenda do necromante".</p><p style="text-align: justify;">Dada a primeira dica, prossegui mostrando que há pelo menos 3 possibilidades de se ler a Bíblia, incluindo a que busca interpretá-la literalmente, embora esta seja a que mais corre riscos de cair em contradições e incoerências. Indo, pois, a essa teoria, a chamada "Proposicional Direta", teríamos a divindade como aquele ser que "narra ou sopra o conteúdo a ser ensinado", cabendo ao escritor ou escritora do texto sagrado tão somente escrever, num gesto que mais se aproximaria da psicografia. Assim, Deus sopraria ou narraria o que quer e ao ser humano escritor caberia apenas ser usado para que forma e conteúdo divinos do texto sagrado fossem fixados para ulterior ensino. </p><p style="text-align: justify;">A segunda teoria, a Proposicional Indireta, traria uma narração divina, mas respeitando a emoção e a história do autor humano, o que faria com que o conteúdo fosse divino, mas a forma de escrever fosse humana, o que explicaria os rompantes de um "Deus mau" do Antigo Testamento, já que a maldade estaria no estado de espírito do escritor, responsável pela forma do escrito, uma vez que este estaria escrevendo muitas vezes tomado de ódio pelas circunstâncias vividas, sobretudo em tempos de dominação e escravidão a povos estrangeiros.</p><p style="text-align: justify;">A terceira teoria de inspiração bíblica, a Cósmico-histórica, mostraria as leituras que o ser humano faz das manifestações da natureza no Cosmos, entendendo os autores que tais manifestações seriam "falas de Deus para os povos", sendo que tanto a forma quanto o conteúdo do texto seriam apenas "coisas da cabeça do escritor", o que isentaria Deus de ser o responsável direto pelo texto produzido. Assim, Deus seria o que o ser humano escritor entenderia que é, e estaria dizendo o que esse mesmo escritor traduziria como "palavra de Deus", sendo que o Ente sagrado não diretamente se manifestaria. </p><p style="text-align: justify;">A crise se estabelece justamente nas duas visões mais extremadas, já que, ou Deus assume sua maldade na Proposicional Direta, sendo autor das maiores atrocidades narradas no texto, como mandar rasgar a barriga de mulheres grávidas ou estourar a cabeça de bebês em pedras, ou não teria nada a ver com isso, dado que o que a ele foi atribuído é coisa meramente humana, criação de uma mente fértil e ávida por ter um específico controle social, sempre mais eficiente se for "em nome de Deus". </p><p style="text-align: justify;">Ao ser provocado, após a explicação em sala, sobre qual seria então a visão mais correta, respondi à classe de estudantes que, "se os pastores que pregam literalidade da Bíblia apedrejassem seus filhos (quando estes lhes fossem rebeldes e, por exemplo, colocassem bríncos ou tatuagens, sem o consentimento dos pais), ou se esses mesmos pastores dividissem os dízimos da igreja com viúvas, órfãos e estrangeitos, então, a leitura literal poderia ter razão". Como não fazem isso, usam a Bíblia apenas como fonte de engodo e dominação das massas, e nunca assumindo que o seu deus é também mau, pois, ao fim e ao cabo, como o deus foi construído por eles, eles é que são maus.</p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça... </p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-543617214823194762022-07-28T11:59:00.015-07:002022-08-29T15:43:47.948-07:00"Análise da conjuntura política para a eleiçâo 2022"<p style="text-align: justify;">A eleiçao que se aproxima pode ser a mais óbvia, com Lula nadando de braçada rumo á vitória, mas, em tempos de redes sociais e divulgação em massa de tudo, sempre é bom ficar com um pé atrás. A saída de Sérgio Moro do páreo praticamente liquidava a tentatia de se levar a disputa para um segundo turmo, dada a rejeição de Bolsonaro e a fraqueza da chamada "terceira via", que só se tornaria competitia com um Ciro Gomes como cabeça de chapa, trazendo de repente uma Simone Tebet como vice. Com Janones abrindo mão em favor de Lula, bem como com o excelente desempenho deste na sabatina do Jornal Nacional, a coisa passou a ficar ainda mais propensa a um turno apenas, mas é sempre bom lembrar que o mundo dá voltas.</p><p style="text-align: justify;">A análise que faço é a de que ainda há espaço para uma vitória em primeiro turno, mas dependendo de dois fatores cruciais, que considero que devem acontecer já na primeira semana se setembro. Há pesquisas que mostram que 55% dos eleitores que declararam voto em Ciro Gomes admitem mudar de atitude já no primeiro turno, trazendo o chamado "voto útil" em Lula, o que seria melhor para evitar Bolsonaro e toda a sua máquina de fake news em um turno adicional. Além disso, existe a ala "petista" do MDB, ávida por um apoio de Tebet a Lula, cedendo a este mais de 2 a 4 pontos percentuais. </p><p style="text-align: justify;">Não alcançando Ciro Gomes os dois dígitos até a primeira semana de setembro, é bem provável que tenhamos um incremento nas intenções de voto em Lula já nesse período, todavia, o bom desempenho de Simone Tebet no primeiro debate dos presidenciáveis deve frustrar os planos de Renan Calheiros e companhia na intenção de tirá-la do páreo, sendo isso talvez insuficiente para atrapalhar a vida de Lula, se se confirmarem mesmo pelo menos parte dos 55% dos ciristas. </p><p style="text-align: justify;">Lula não perdeu votos com o primeiro debate, mas também é consenso de que não ganhou novos adeptos, visto não ter sido nem sombra do Lula que encarou com destreza e maestria a dupla que comanda o Jornal mais assistido do país. De todo modo, o petista deu a sorte de ao menos ter sido superior a Bolsonaro, que, sendo classicamente Bolsonaro, caiu justamente onde não poderia cair, a saber, na misogenia de sempre, ao atacar covardemente a jornalista Vera Magalhães, o que o impediu de fazer o afago mais do que necessário no eleitorado feminino, segmento em que perde feio.</p><p style="text-align: justify;">O vacilo de Bolsonaro acabou por ser a maior lembrança que se terá desse primeiro encontro, no qual Lula não se expôs, numa postura de controle de estragos, sobretudo quando confrontado por Bolsonaro sobre a temática da corrupção. Se quiser ganhar novos eleitores, o petista terá de ser mais incisivo no debate da Globo, às vésperas da eleiçao. Analisada a "vitória" de Tebet e não confirmada a migração dos ciristas para Lula, será necessário um combate muito mais forte no debate final, mas isso Lula sabe bem como fazer. Afinal, como disse Chico Pinheiro, "ninguém ensina futebol ao Pelé".</p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça... </p><p>(Ps: o atraso na publicação me fez trazer novos elementos, como os do debate de ontem, dia 28/08).</p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-64553824983821741202022-06-18T09:41:00.012-07:002022-11-02T06:15:34.131-07:00"Instalações poéticas: a Covid no Brasil das eleições"<p><br /></p><p>Covid. Convite. Com vida. Covarde</p><p>No braço que cruza, apesar do alarde</p><p>Congresso. Desgosto. Ação que vem tarde</p><p>Pro líder que zomba, inferno que arde</p><p>No dia do voto, te dizem "vai tarde".</p><p><br /></p><p>liberdade, beleza e Graça...</p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-56375989437090678602022-04-21T08:11:00.003-07:002022-04-21T08:15:39.599-07:00"O tal centro democrático é só uma falácia pobre"<p style="text-align: justify;">É curioso como a classe burguesa e a classe política tratam o povo brasileiro. Por eles, a gente é tratado como desprovido do mais básico senso crítico, a ponto de essa classe política achar que pode falar e fazer o que quiser, já que o povo nem vai perceber as ideologias presentes no pensamento de nossos mandatários. Digo isso porque existe um movimento para tentar barrar o antagonismo entre Lula e Bolsonaro nas próximas eleições, sendo que tal movimento se autodenomina "centro democrático", mas que de centro tem só uma pequena parte. </p><p style="text-align: justify;">Os partidos que compõem tal grupo se dividem entre partidos de centro (como o MDB), de direita, (como o DEM, que, mais uma vez, troca de nome para tentar fugir da própria extinção) e de extrema-direita (como o PSL, antigo partido de Bolsonaro, e que agora se juntou ao DEM para criarem o União Brasil). Isso posto, o que se vê é um grupo que desloca as bandeiras e propostas políticas para segundo plano, se fingindo de homogêneo, e apresentando como de centro partidos que nunca foram de centro. </p><p style="text-align: justify;">Ainda que tal falácia tenha se estabelecido e que o povo praticamente não discuta espectro político, é interessante notar como tal grupo busca se fundir numa só candidatura ao Planalto, apresentando nomes como o de Luciano Bivar, presidente do União Brasil, ex-apoiador de Bolsonaro e ex-mandatário do já falecido PSL. Vale lembrar que Bivar é uma figura sem qualquer expressão para uma disputa de tal monta, além de, por tabela, ter sido o responsável pelo sepultamento da candidatura do ex- juiz Sérgio Moro, outro que está mais perdido do que cego em tiroteio. </p><p style="text-align: justify;">Sem Ciro Gomes e com nomes como Simone Tebet, André Janones, João Dória (será?) e Luciano Bivar, tal grupo nada e morre na praia, com figuras que não conseguem chegar a 3% nas pesquisas de intenção de voto, o que só pavimenta o caminho de Bolsonaro e Lula, sobretudo agora, sem a presença do ex-juiz de Curitiba, o que fez com que apenas Ciro ainda seja algum elemento de ameaça ao que já está dado, sendo que Ciro erra ao atacar tanto Lula, uma vez que deveria era tentar tirar a vaga de Bolsonaro no segundo turno antes de mirar sua artilharia no ex-presidente, que, sem um espectro amplo de candidatos competitivos, só precisará gerenciar os egos da esquerda brasileira, sobretudo os do próprio PT, a fim de derrotar o atraso que Bolsonaro representa. </p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça...</p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-8788132468934727152022-03-19T08:03:00.004-07:002022-03-20T06:19:06.910-07:00"A guerra que não se pode realmente conhecer"<p style="text-align: justify;">A guerra da Ucrânia completou 3 semanas e é muito difícil entender o conflito, uma vez que os veículos da grande mídia brasileira parecem achar que todos somos tolos e manipuláveis, aliás, como sempre. Isso porque a impressão que se tem é a de que russos matam civis e ucranianos, não. Russos fazem o mal e ucranianos, não. A imagem vendida é a de que a OTAN - Organização do Tratato do Atlântico Norte, liderada pelos Estados Unidos, é desinteressada em algo para além da segurança de seus países-membros, o que nem de longe é verdade. </p><p style="text-align: justify;">Não sou pró-Rússia e sou antibélico radical. Detesto armas e estou certo de que seria preso por deserção, caso fosse convocado para qualquer tipo de conflito armado. Dito isso, é importante lembrar o historiador e cientista político estadunidense Benedict Anderson, quando este fala sobre a formação dos Estados Nacionais. Tal formação de cada estado-nação respeitando apenas fronteiras físicas é um dos maiores problemas da construção do mundo ocidental, segundo Anderson, dado que, tal como no caso da Rússia e da Ucránia, muitos estados respeitaram fronteiras físicas, mas não as étnicas, o que faz com que povos como os de Donetsk e Luhansk se sintam russos e falem russo, ainda que sejam obrigados, pela fronteira física, a se declararem ucranianos. </p><p style="text-align: justify;">É claro que a grande mídia não trata adequadamente dessa região de Donbass, pois não interessa discutir a razão de esses povos não se pretenderem ucranianos, interessando apenas tratar a região como "tomada por separatistas pró-Rússia", como se o povo de lá quisesse ser ucraniano, o que nem de longe se configura como verdade. Assim, não dá para se começar a compreender tal conflito sem se pensar sobre as diferenças étnicas contidas na região, o que essa mídia ignora completamente. </p><p style="text-align: justify;">Outra coisa muito importante a se pensar é o fato de que a OTAN, sob liderança dos Estados Unidos, sempre quis se impôr para além dos propósitos pelos quais ela foi criada. Hoje, como é possível ver, tal organização tem por objetivo maior cercar a Rússia, impedindo-a de continuar a ser considerada um país de bom trânsito no continente europeu e confrontando-a pelo arsenal militar nuclear ali contido, que é o maior do mundo, diga-se. Assim, os Estados Unidos, que, sem o aval da ONU, invadiram o Iraque, com a mentira de que lá havia armas químicas, e geraram crimes de guerra como os cometidos por soldados estadunidenses na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá, se consideram os salvadores do mundo, sendo os russos os gênios do mal e reais criminosos de guerra. </p><p style="text-align: justify;">De tudo isso, enfim, o que se pode concluir é que ninguém é totalmente certo numa guerra e a propaganda sempre vai falar mais alto do que os fatos. Por conta disso, então, Vladimir Putin não é mocinho e nem os Estados Unidos são os bons moços do mundo. Apenas são dois polos que se pretendem hegemônicos, ou aumentando o poder russo sobre as antigas repúblicas soviéticas, ou aumentando o poder da OTAN, no intuito de que quem não comunga dos atos estadunidenses devem ser considerados do "eixo do mal", ainda que nada se fale abertamente sobre outros acordos firmados na ONU, como o do território palestino, ocupado ilegalmente por judeus, muitos dos quais consideram antisssemita todos aqueles que lhes falam algumas verdades na cara. Que mundo é esse?!</p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça...</p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-11799588183084873942022-02-03T05:05:00.007-08:002022-02-09T06:07:10.950-08:00"Retratos de uma pandemia: Machado"<p style="text-align: justify;">Hoje em dia, ao lecionar Sociologia, sempre me orgulho de um professor que tive no doutorado, mas que, infelizmente, não está mais entre nós. Luiz Antônio Machado da Silva, ou apenas "Machado", é daqueles caras que sempre serão lembrados, até porque os livros não me deixarão esquecê-lo. Prova disso é que, ao lecionar sobre violência urbana, sempre me deparo com o conceito que meu grande professor cunhou, o de "sociabilidade violenta", que agora serve de base para muitos estudiosos das Ciências Humanas e Sociais. </p><p style="text-align: justify;">Machado se foi para a Covid 19, em um momento em que o negacionismo do presidente e de seus defensores impedia que vacinas chegassem e salvassem nosso povo, mostrando a faceta mais cruel de um governo que nunca poderia ter chegado ao poder, dado o total descaso com a vida humana. Talvez os livros de Sociologia nunca tragam um conceito meu. Mas o do Machado está lá. E, como fui aluno dele, sinto-me como um filho intelectual. Assim, tal como no caso das obras de arte, os livros continuarão a manter o Machado vivo. A Covid matou mais um entre mais de 630 mil brasileiros. Mas as ideias ficam. </p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça...</p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-82347863530168979832021-12-17T05:00:00.006-08:002022-02-09T06:07:43.003-08:00"Retratos de uma pandemia: cacetinho"<p style="text-align: justify;">Ele era intérprete de surdos, professor de LIBRAS, além de ser pastor auxiliar em uma igreja no Vale do Paraíba. Como era obeso e estava longe da família, que mora em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, resolveu pedir umas férias à igreja e ficar perto da família até a pandemia acalmar um pouco, já que, para quem é do grupo de risco, estar perto de familiares e amigos de longa data é a melhor coisa.</p><p style="text-align: justify;">Pegou Covid 19 justamente no sul do país, junto da família, e não resistiu aos efeitos perversos da doença. Não teve velório e nem os familiares puderam estar no sepultamento, por mais cruel que isso possa parecer. O pastor Edison, o Edinho, como era carinhosamente chamado, foi mais uma das quase 620 mil vítimas da Covid. Conheci-o no seminário, onde nos formamos em Teologia, e em raras ocasiões nessa vida eu vi alguém mais alegre e que alegrasse mais o ambiente. </p><p style="text-align: justify;">Estudamos na mesma sala de seminário e viajamos juntos uma vez, numa comitiva de 40 jovens fazendo trabalho voluntário no sertão do nordeste, onde ele era o motivo máximo da nossa gargalhada. A imagem dele brincando de hipopótamo a abaixar dentro da água de um riacho ainda está na memória, assim como o apelido de "cacetinho", que demos pelo fato de gente do sul chamar pãozinho francês dessa maneira. Que Deus te receba em festa, meu bom amigo!</p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça...</p><p style="text-align: justify;"> </p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-62385588916397640572021-10-26T07:03:00.018-07:002021-11-14T05:08:17.918-08:00"O mar e a ilha; Marília"<p style="text-align: justify;">É curioso como a juventude nos faz tão abertos à criatividade, à arte. Muitos dos grandes poetas e escritores ofereceram suas obras mais sublimes em idades que pareciam não comportar tamanha genialidade. Penso que com Marília Mendonça a coisa se deu exatamente da mesma maneira, o que me faz pensar em pessoas que deixaram o melhor de si para a humanidade ainda adolescentes, do que é grande exemplo o poeta Arthur Rimbaud, que produziu suas obras mais famosas quando ainda era só um menino. </p><p style="text-align: justify;">Apesar do muito que se pode falar sobre Marília Mendonça, e dentro de uma classe intelectual que se nega a reconhecer a arte popular, pois a considera "menor", duas coisas me fizeram reparar nessa menina goiana que encantou o país e se foi com apenas 26 anos de idade. A primeira coisa que a classe intelectual se nega a enxergar é o lado positivo e encantador do apelo que obras como a de Marília têm sobre as pessoas e, a segunda, como isso impacta também movimentos sociais, como o feminista.</p><p style="text-align: justify;">É inegável que Roberta Miranda abriu o caminho e veio enfrentar um estado de coisas muito mais hostil às mulheres, coisa que as lutas dos movimentos sociais evitaram que Marília enfrentasse. Todavia, Marília Mendonça tem méritos que justificam o status a ela dado em tão pouco tempo de vida e carreira, visto que conseguiu mobilizar duas frentes bem marcadas. A primeira é a que versa sobre a questão pessoal, com a autoestima, já que estamos falando de alguém que - assim como os irmãos Cézar Menotti e Fabiano - enfrentou o show business sem ter "o padrão estético adequado", uma vez que se tratava de uma menina obesa. A segunda frente é mais ampla, pois versa sobre as contribuições de Marília para o Movimento Feminista, mostrando que não é só do homem o direito de viver os amores da vida, tomar os licores da vida, narrar as peripécias amorosas vividas.</p><p style="text-align: justify;">Ser obeso e encarar a exposição pública é algo que carece de muita coragem, já que, com a gordofobia espraiada por todos os cantos (e ela visitou "todos os cantos"), quase sempre a vergonha toma conta e a pessoa se torna uma ilha, isolada pelo oceano de críticas e julgamentos. Já, ter "a coragem de ser" (senteça que roubo de Paul Tillich), é se deixar virar mar, um oceano que vai levando tudo, como se fosse corriqueira a atividade de carregar o mundo consigo. Marília Mendonça conseguiu as duas coisas; a menina gorda deixou de ser ilha para ser mar. Foi mar, sem ter tido medo de contar que outrora fora ilha; foi - e para sempre será - Marília.</p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça... </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">(Ps: Minha homenagem à cantora e compositora Marília Mendonça, vítima fatal de um acidente aéreo no dia do meu aniversário, 05 de novembro. A data do texto aqui é anterior, pois eu estava devendo um escrito no blog).</p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-54303751497942054692021-09-29T07:55:00.004-07:002021-10-02T08:15:22.198-07:00"Armai-vos uns aos outros"<p style="text-align: justify;">Vendo dia desses uma manifestação em defesa do governo Bolsonaro, uma camiseta me chamou a atenção e me fez pensar profundamente sobre o estado de coisas atual, pensar sobre o lugar em que nos metemos enquanto famílias, cristãos, cidadãos etc. Isso porque a camiseta trazia o presidente fazendo o seu tradicional sinal de "arminha" e a frase que vinha abaixo era simplesmente chocante: "armai-vos uns aos outros", fazendo alusão a um texto bíblico bastante conhecido, o "amai-vos uns aos outros".</p><p style="text-align: justify;">Confesso que essa sentença bolsonarista foi a segunda frase mais chocante que li nos últimos anos, sendo a primeira a de uma placa de papelão levantada em um semáforo por uma pessoa até bem vestida que dizia: "estou com fome". Eu nunca tinha visto alguém bem vestido dizer que estava com fome e, como era por volta de 14 horas, imaginei que o estômago daquele cidadão deveria estar já bem dolorido, pois sei como é ficar sem comer, visto que já tive também a experiência da fome. Ajudei.</p><p style="text-align: justify;">Mas o foco agora é a frase da camiseta do manifestante bolsonarista. Pensei por muitos dias e decidi que talvez fosse interessante comprar uma camiseta daquelas e voltar a frequentar a igreja. Isso porque eu gostaria de olhar nos olhos das pessoas (e a igreja que eu frequentava tem em torno de 80% de bolsonaristas), no intuito de ver se alguma reflexão poderia surgir. Pensei que talvez a frase, sendo bem (re)lida e pensada, pudesse trazer à tona uma saída do surto, da catarse em que a igreja evangélica se meteu com esse governo, e que as pessoas pudessem, enfim, dizer: "cara, pensando bem, que burrada é essa? Onde nos metemos com esse apoio insano?</p><p style="text-align: justify;">Isso porque uma reflexão detida acerca da frase obviamente deveria nos fazer sempre pensar sobre o que fizemos do Evangelho, da ética cristã, do amor expresso no Cristo Nazareno e da solidariedade que Jesus teimou em nos inspirar a viver. Perceber que trocamos a paz pela guerra, o amor pelo ódio e a solidariedade pelo individualismo e a violência contra o próximo, bem como perceber que anos atrás a gente não se odiava dentro da própria igreja, talvez isso nos faria perceber a furada em que nos metemos, ouvindo líderes como Silas Malafaia, que nem de longe deveria ser exemplo de vida cristã. </p><p style="text-align: justify;">O "armai-vos uns aos outros" é a síntese a explicar a maior parte da igreja evangélica brasileira, igreja da qual resolvi não mais participar, já que, independentemente das perdas sociais que tenho tido, ainda vale muito mais a pena ficar com a fala de Jesus, a "amai-vos uns aos outros", frase já banalizada e até esquecida pelos cristãos de hoje, tão impregnados pelo ódio que a família Bolsonaro e seus seguidores milicianos nos relegaram. Que Deus tenha piedade de nós e nos livre desse mal.</p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça...<span style="text-align: left;"> </span></p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-71161875612693054592021-08-25T06:13:00.002-07:002021-09-08T08:34:30.628-07:00"Direitos trabalhistas: estão passando a boiada no Congresso!"<p style="text-align: justify;">É já sabido que Jair Bolsonaro não agrada à maioria da população. Qualquer instituto de pesquisa diz isso, independentemente da possível linha ideológica de cada instituto, já que tais órgãos também representam segmentos da sociedade, como é o caso das pesquisas financiadas pela CNI - Confederação Nacional da Indústria, que, óbvio, terá sempre um olhar voltado para o empresariado industrial. A dúvida, então, é por que razão tal descontentamento não se transmuta em uma resposta efetiva do Parlamento.</p><p style="text-align: justify;">A resposta parece ser simples: Bolsonaro e suas falas e posturas autoritárias e antidemocráticas são mera cortina de fumaça para que a burguesia brasileira toque para frente seu projeto de nação, que é o país como fonte de riquezas para uma pequena parcela, aquela que consegue jungir empresários, banqueiros e especuladores de bolsa de valores. Para esses, ainda que Bolsonaro seja uma besta, ele "deixa a boiada passar" na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, onde as pautas empresariais têm encontrado bom trânsito desde a posse daquele que a (agora) maioria desaprova. </p><p style="text-align: justify;">Em post antigo esse espaço defendeu que o estrago feito por Michel Temer, em termos de direitos trabalhistas, e só para ficar nesse exemplo, duraria 20 anos para ser consertado. Hoje, infelizmente, preciso afirmar que o estrago feito pelo bolsonarismo durará muito mais, com o risco de nunca mais deixar o país ser um espaço democrático e afeito ao contraditório. Se a burguesia brasileira se importa com isso? Parece que não, visto que até trabalho sem carteira assinada, sem férias, sem 13º salário e sem FGTS foi proposto por essa classe que nunca se cansou de enriquecer a si e massacrar a outrem. </p><p style="text-align: justify;">Se reclamam do fato do deputado Arthur Lira, presidente da Câmara, não pautar um pedido sequer de impedimento de Jair Bolsonaro, a resposta está no fato de que Lira tem conseguido colocar em pauta aquilo que interessa à classe que ele representa, e até faz parte. Sem impeachment e sem um debate sobre o que tem passado pelo Congresso, corremos o risco de jogarmos uma geração inteira no lixo, restando a nós programinhas como um "criança esperança" da vida, através do qual o empresariado mostra "sua cara bondosa", visto é que preciso uma cesta básica por ano para que a luta contra a desigualdade pareça estar se dando, mudando-se tudo para que tudo fique como está. </p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça...</p><p style="text-align: justify;"> </p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-20262580871473247492021-07-24T17:54:00.003-07:002021-08-03T17:46:59.612-07:00"O grande golpe da direita agora é o tal semi-presidencialismo"<p style="text-align: justify;">Quem acompanha o mundo político sabe como a situação de polarização transformou o Brasil em um campo de batalhas nunca dantes visto, e isso desde a eleição presidencial de 2014, na qual o candidato do PSDB, Aécio Neves, recusou-se a "desmontar o palanque", colocando em xeque a vitória da petista Dilma Rousseff, o que dividiu o país de forma muitíssimo intensa, chegando ao ponto de dividir famílias e separar amigos de longa data, o que só fez piorar com a chegada da extrema-direita bolsonarista ao poder, e isso já na eleição presidencial de 2018. </p><p style="text-align: justify;">É sabido que a direita brasileira não suportava mais ser governada por partidos de esquerda e as quatro derrotas consecutivas, duas para Lula e outras duas para Dilma, fizeram com que <i>uma resposta tivesse de ser dada</i>, o que gerou uma articulação inimaginável, unindo parte do judiciário, a grande mídia e o empresariado brasileiro, naquilo que, só para começo de conversa, conseguiu mandar para a prisão o candidato à vitória em 2018, Lula, que ulteriormente seria solto, justamente pelo fato de o Supremo Tribunal Federal ter percebido que ele próprio, o guardião da Constituição, teria burlado a Carta Magna, visto ter autorizado uma prisão antes de se confirmar o chamado trânsito em julgado, que é quando as quatro esferas da justiça são esgotadas e o réu de fato deve ser preso, o que não valeu para Lula, como todos sabemos. </p><p style="text-align: justify;">Acontece, todavia, que o tiro da direita saiu pela culatra e aquele que eles pensavam que seria controlado por um "freio de arrumação", Jair Bolsonaro, não se mostrou tão domável assim, o que assustou aqueles que achavam que ele poderia respeitar os limites constitucionais e o Estado Democrático de Direito, algo que Bolsonaro afronta a cada novo dia, fazendo surgir um sem número de "Madalenas arrependidas", ávidas pela chegada de 2022, quando tentarão consertar o erro cometido. </p><p style="text-align: justify;">O que não estava em pauta para a direita brasileira, porém, é que não se conseguiu construir (ainda) uma candidatura que agrade ao "mercado" e à burguesia brasileira, que agora se vê numa situação que ela não desejava viver, isto é, ter de correr para os braços de Lula, já que admite agora que ao menos estaria lidando com uma figura democrática, o que nem de longe Bolsonaro é.</p><p style="text-align: justify;">Assim, e para que a burguesia brasileira conseguisse suportar mais uma eleição com derrota de seu projeto neoliberal de capitalismo financeiro (e a chamo com o termo clássico "burguesia", pois aprendi com o músico Emicida que não se fala "elite", pois isso significa os melhores, o que nossos ricos não são e nunca foram), seria preciso uma ideia para se livrar de Bolsonaro e de Lula ao mesmo tempo. A genial ideia, então, é colocar em pauta no Congresso Nacional o chamado "semi-presidencialismo", que é o sistema de governo onde o presidente representa, mas não governa de fato. Deste modo, a burguesia brasileira, que banca a campanha eleitoral de grande parte dos parlamentares, teria, para além do poder econômico, o poder político em suas mãos, já que quem mandaria seriam os deputados e senadores, (aqueles com campanhas financiadas pelo grande empresariado e pelos banqueiros), sendo o presidente apenas uma figura decorativa, como nos parlamentarismos e monarquias ao redor do mundo.</p><p style="text-align: justify;">Portanto, não se pode mais duvidar que a classe burguesa do país queira agora estender ainda mais os seus tentáculos, chegando ao ponto de fundar de vez a plutocracia, o governo de quem tem mais dinheiro, no país onde a quem falta tudo falta, em um gesto a justificar o "mudar tudo para que não se mude nada", uma vez que na cultura ainda escravocrata de tal grupo de burgueses insiste-se que quem sempre mandou continuará a mandar, referendando o famigerado "sempre foi assim". </p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça...</p><p style="text-align: justify;"> </p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-31907874334554574652021-06-30T06:21:00.010-07:002021-07-15T08:40:48.891-07:00"O uso político da saúde funcionará de novo para Bolsonaro?"<p style="text-align: justify;">O presidente está encurralado por números de uma pandemia que ele negou e por uma CPI muitíssimo preparada e atenta a denúncias de corrupção que o presidente conhecia, mas não fez nada para evitar. Resultado: hora de apelar para a questão da saúde novamente, tendo o filho Carlos, muito corajoso em redes sociais, como fomentador de notícias e apelos que possam transformar o pai em mito e vítima de "perseguição comunista", de novo.</p><p style="text-align: justify;">Os rumores dão conta de que Jair Bolsonaro pode ter uma doença muito séria (talvez um câncer), mas que a esconde, a fim de que a facada sofrida em 2018 seja sempre a razão de tudo o que a ele acontece de ruim, lembrando sempre que, a fim de buscar ligar Lula a tudo o que o cerca, a facada foi dada por um ex-filiado do PSOL, partido que seria o braço esquerdo do Partido dos Trabalhadores, num forçar de barra que não está mais tendo potência para colar.</p><p style="text-align: justify;">Lula está à frente de Bolsonaro em todas as pesquisas de intenção de voto para 2022, incluindo aquelas feitas por entidades à direita do espectro político, como a da XP investimentos, tão ávida por uma vitória bolsonarista em 2018, e também em 2022. Vendo que a retórica que defende que "isso é coisa da Globo e do Datafolha" não pode mais ser usada, a intenção do bufão do Planalto é tentar mudar a personagem a representar, agora, não o corajoso, incomível, imbloxável e atlético anti-vacinas, mas a vítima de atentado político que, óbvio, precisa chegar a Lula e ao PT, e a qualquer custo.</p><p style="text-align: justify;">Se em 2018, por pura solidariedade ao candidato hospitalizado, os adversários o pouparam de críticas, o que em muito colaborou para sua eleição, já que, além da imagem de quase martirizado por querer mudar o Brasil, ele ainda não teve problematizadas as suas ideias (extremamente nocivas, diga-se) sobre mulheres, lgbt´s, negros, terras indígenas, reforma agrária, meio ambiente, educação pública etc., não se pode acreditar no mesmo nesse 2021 pré-eleitoral, já que os olhos parecem estar se abrindo, a vontade de que o presidente responda pelos seus atos e omissões está se mostrando a cada dia mais real, e, com a catarse coletiva parecendo estar no seu final, já até é possível ver as Madalenas arrependidas trocando o grito de "Mito, mito, mito!" pelo "eita, facada mal dada!".</p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça... </p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-5414499705655711882021-05-24T08:27:00.004-07:002021-07-05T09:18:00.883-07:00"Porque foi fácil o bolsonarismo cooptar a igreja"<p style="text-align: justify;">Eram vários os candidatos e muitas as visões de mundo. Poderíamos ter escolhido qualquer outro. Todavia, o anti-petismo lava-jatista construído e apregoado dia e noite pela grande mídia, voltada politicamente à direita, conseguiu fazer com que o ganhador da eleição fosse aquele que mais conseguiu mostrar ódio ao Partido dos Trabalhadores. Bolsonaro ganhou por conseguir expressar mais ódio do que qualquer outro e por tratar o adversário político como inimigo, digno de morte mesmo. </p><p style="text-align: justify;">Se formos analisar o plano de governo, veremos que não existe. Nunca existiu. Como não houve debate para que isso ficasse à mostra, uma vez que o então candidato sofreu um atentado que o tornou quase um mártir, a situação parecia mesmo, como querem os evangélicos bolsonaristas, "algo colocado por Deus e que o diabo estava tentando frear". A vitória veio, mas deu no que deu. O que vemos é só expressão de ódio e a vontade deliberada de não governar, mas apenas se vingar. Mas de quê? Por que? Não se pode falar que a vingança foi por ser considerado terrorista e ser expulso do exército, pois e atual presidente conseguiu a militarização dos ministérios de forma que nem em tempos de ditadura tinham conseguido fazer. Não houve, então, mágoa com o exército, pois os afagos às forças armadas mostram que a expulsão de outrora ficou mesmo no passado; está perdoada.</p><p style="text-align: justify;">Para além da burguesia, muito bem representada pelo alto empresariado e pelos grandes conglomerados de mídia, além dos especuladores do capitalismo financeiro, estava colocada a igreja evangélica. Por mais difícil que seja entender o aval da igreja para um governo de intolerância e ódio, um caminho pode ser apontado para ajudar na análise das posturas que, se fossem analisadas à luz dos ensinos de Jesus Cristo, seriam de todo reprovadas. A visão vetero-testamentária do movimento neopentecostal oferece uma possibilidade de se entender tal ligação da igreja dita cristã com o ódio bolsonarista. </p><p style="text-align: justify;">Tempos atrás eu defendi uma tese de que o movimento evangélico brasileiro se divide em 3 grandes frentes, sendo cada uma delas focada em uma das pessoas da trindade. Embora todas acreditem que Deus é trino, os protestantes históricos (batistas, presbiterianos, congregacionais, luteranos etc.) focam sua regra de fé e prática em Jesus Cristo e seus ensinos do Novo Testamento. Os pentecostais (Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil, Metodistas etc.) teriam foco nos chamados dons espirituais, com atenção maior na pessoa do Espírito Santo. Já os neopentecostais, teriam foco no Deus-pai, este encontrado no Antigo Testamento bíblico. </p><p style="text-align: justify;">Quando se foca o Antigo Testamento, que é o foco da visão vetero-testamentária neopentecostal, não é raro encontrarmos passagens em que o povo de Deus comete as maiores atrocidades para a conquista da terra que afirmam ser dele. Assim, ver crentes lendo que barrigas de grávidas foram vazadas à espada para que o povo de Deus tivesse a terra que queria conquistar é algo muito natural e não se vê qualquer indignação com textos assim, lidos até por crianças e adolescentes, o que naturaliza a violência, pois a mesma pode ser feita "em nome de Deus".</p><p style="text-align: justify;">Por tudo isso, então, não é mais de assustar ver os ditos cristãos defendendo e aplicando o ódio nas relações sociais que têm com seus próximos, pois o próximo que deve ser amado agora é só o próximo que pensa igual, o que abre espaço para discursos de ódio e posturas extremamente agressivas em um meio que sempre defendeu pregar o amor, sobretudo aos mais necessitados, como os encarcerados que deveriam ser visitados, segundo o discurso de Cristo, mas que, no discurso bolsonarista da igreja atual, "devem ser eliminados ou apodrecer na cadeia, pois é lá mesmo o seu lugar". As portas do inferno insistem em prevalecer.</p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça...</p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-49782363485853466182021-04-26T06:21:00.017-07:002021-04-27T07:12:54.698-07:00"O cachorro"<p>Se perguntarem sobre o melhor amigo, sem dúvida, é o cachorro</p><p>Esse vale mais que ouro, é contigo no riso e no choro, te acompanha no asfalto ou no morro.</p><p>O cão não vai embora quando a situação aperta, não te critica quando você não acerta</p><p>Compartilha o frio e a coberta, só pra ficar com você.</p><p>E, se você faz algo errado, ele não o foca culpado, mas faz tudo pra entender.</p><p><br /></p><p>O cachorro é amor puro, seja você um rico ou um duro; ele só quer te acompanhar</p><p>E, se te querem inimigo, ele sempre é contigo, pra vencer ou pra apanhar.</p><p>O cão não é interesseiro, ele se entrega inteiro e faz tudo por quem ama</p><p>E, quando da solidão, quando tudo diz que não, mesmo sendo um simples cão, ele vem te acarinhar</p><p><br /></p><p>Tem cachorro que nem gente; carinhoso, inteligente e faz tudo com atenção</p><p>Mas tem gente que, amigo, na hora mesmo do perigo, quando vem o inimigo, não se compara, não</p><p>Por isso eu sempre digo, se precisas de amigo, para sempre estar contigo, conte mesmo é com o cão</p><p>Em gente eu acreditei; quase sempre me ferrei, pois, quando retorno não dei, fui logo abandonado</p><p>Mas na lágrima ou sorriso, pude contar com o amigo, de quatro patas comigo, feliz aqui ao meu lado.</p><p><br /></p><p>liberdade, beleza e Graça...</p><p><br /></p><p>(Minha homenagem ao Bonito e ao Miúdo, meus melhores amigos).</p><p><br /></p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-61957596845921803522021-03-24T06:36:00.004-07:002021-03-29T07:13:59.079-07:00"Quando até o BBB nos ajuda a entender a questão racial"<p style="text-align: justify;">Muitos dos meus colegas, intelectuais e fervorosos leitores de quase tudo, desprezam peremptoriamente programas televisivos como o chamado Big Brother Brasil. Embora eu também tenha algumas críticas a esse tipo de entretenimento, pois achei que o programa seria algo mais próximo do que eu tinha lido no livro "1984", de George Orwell, de onde a ideia do "grande irmão" foi tirada, passei a ler a respeito e a tentar ver se de fato o programa reflete a sociedade em que estamos inseridos.</p><p style="text-align: justify;">Isso se deu por conta de alunos meus sempre trazerem assuntos relacionados ao programa, sobretudo sobre os usos e costumes, bem como ao chamado "politicamente correto", tão fundamental para os que se aventuram a participar de um programa assim. Deste modo, falar sobre sexualidade, classe, raça e outros temas acabou por trazer debates ricos para as matérias de Filosofia e Sociologia, as quais leciono na rede pública federal.</p><p style="text-align: justify;">Para quem a temática racial brasileira é muitíssimo cara, o que é o meu caso, perceber uma situação vivida no programa que ajuda a explicar a razão de sermos racistas, ainda que não reconheçamos, é um dos elementos a positivar audiência a programas de entretenimento como o que aqui ganha destaque. A afirmação encontra sustentação em um exemplo ocorrido em uma concessão dada a um dos participantes. O indivíduo que atendesse a um telefonema na casa poderia oferecer uma pulseira branca a qualquer um que escolhesse.</p><p style="text-align: justify;">Sem saber a razão de ser da pulseira, o participante a ofereceu à sua melhor amiga na casa, tendo como base simplesmente a cor da pulseira, em um gesto que foi seguido por outros a justificar a frase "não sei o que significa, mas, como é branca, prefiro dar pra você, que é minha prioridade aqui". Outro participante viu a cena de longe e concordou, com algo como: "é, se é branca, não pode ser algo ruim; só pode ser coisa boa".</p><p style="text-align: justify;">É claro que muitos consideram isso uma forma de "forçar a barra", mas não deixa de ser curioso que não consigamos explicar a razão de sempre termos as cores claras como sinal de coisa boa e as cores escuras como sinal de coisa ruim, o que acaba por influenciar, ainda que por vezes inconscientemente, como vemos pessoas pretas e pessoas brancas em uma estrutura social. Ou algum leitor meu duvida que, se a pulseira fosse preta, o participante não pensaria em algo ruim, em um tipo de punição, como enfrentar um paredão, e a daria para uma pessoa que lhe fosse adversária na casa? Racismo, pois, também tem a ver com isso: algo a não se conseguir explicar, mas algo, sem dúvida, a se conseguir viver.</p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça... </p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-52782670377051615352021-02-12T04:55:00.002-08:002021-03-19T08:31:24.414-07:00"O bolsonarismo tem um ENEM para chamar de seu"<p style="text-align: justify;">Todos sabemos que a universidade brasileira durante décadas foi um lugar de privilégios, de privilegiados. Como diziam as famílias pobres, sobretudo as de negros e negras, "aquilo não é pra gente; é só olhar e ver que na nossa família ninguém fez faculdade". Embora isso tenha perdurado por muitas décadas, eis que políticas públicas de inclusão colocaram pobres e negros nas universidades, em especial através das chamadas ações afirmativas, onde se incluem as cotas universitárias. </p><p style="text-align: justify;">O tempo passou e eis que surge no Brasil um outro tipo de retrocesso. O ENEM 2020/21 foi um retorno ao status de privilégio para poucos que tinha antigamente a universidade. Isso porque a universidade pública quase sempre foi espaço para quem tinha ensino básico privado, isto é, quem tinha dinheiro para pagar escola de base não precisaria pagar a universidade, restando aos pobres a dificuldade de pagar por faculdades privadas, quase sempre desprovidas de pesquisa e extensão, estando focadas apenas em um ensino, de qualidade até duvidosa, e uma leitura de educação como negócio e lucro. </p><p style="text-align: justify;">Com a postura demonstrada no ano de 2020, o governo federal simplesmente ignorou o ensino público e os concorrentes desse segmento entraram no ENEM (os que entraram, pois a abstenção foi recorde) em situação de clara desvantagem, visto que faltou equipamento e pacote de dados de internet para um sem número de adolescentes e jovens de comunidades mais carentes, o que fez com que o ENEM e, consequentemente, a universidade pública voltassem a ser coisa de rico, coisa sobre a qual os negros e negras, os pobres e periféricos, voltassem a dizer "não é para nós". </p><p style="text-align: justify;">Se houve uma preocupação governamental com isso, é claro que a resposta só pode ser "não; nenhuma". Inclusive o ministro da educação elogiou o "ENEM de rico", alegando que ter mais de 50% de inscritos ausentes nas provas não é problema grande e é até elogiável, dado que estamos enfrentando uma pandemia sem data para acabar. Está correto o ministro e o governo federal sobre a incerteza acerca do final da pandemia, mas é bom que saibam que, se a pandemia não tem data para terminar, o atual governo tem; 2022 é logo ali.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">liberdade, beleza e Graça...</p><p style="text-align: justify;"> </p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-49574612627966451062021-01-16T07:43:00.004-08:002021-01-16T07:45:36.027-08:00"O bolsonarismo matou a igreja"<p style="text-align: justify;">Quando eu era garoto e ainda não votava, um pastor de minha igreja disse: "se esse Lula ganhar a eleição, o PT vai fechar as igrejas, mudar a cor da bandeira, mudar o hino nacional e acabar com a liberdade do povo brasileiro". O Lula ganhou e o PT nunca fez o que o pastor John, um missionário estadunidense, disse. Todavia, eu nunca ouvi um pedido de desculpas do tal pastor.</p><p style="text-align: justify;">Anos se passaram e estamos às voltas com outra interferência da religião na política. Agora, porém, é a direita (jungida à extrema-direita bolsonarista), que está lançando mão do aparato religioso para angariar militantes, sendo que tal militância fez aquilo que o PT faria, segundo o pastor supracitado; conseguiu se infiltrar na igreja e destruí-la por dentro, usando seus próprios membros.</p><p style="text-align: justify;">Já passei por duas situações lamentáveis, incluindo uma de ameaça de "irmão de fé" bolsonarista, que não aceita qualquer crítica ao "messias" escolhido. Perdi amigo e vi pastor ser ameaçado, mesmo que nem sendo tanto progressista e nem "petista/comunista". Diga-se de passagem, comunista agora é todo aquele que discorda do bolsonarismo, podendo ser qualquer integrante da direita brasileira, de João Dória a Sérgio Moro.</p><p style="text-align: justify;">Depois dos episódios que vivi e que vi viver um pastor amigo, percebi que o bolsonarismo deixará algo nas igrejas; o ódio. Sim, estamos odiando uns aos outros e isso não tem mais prazo para acabar, pois o argumento não vale de mais nada, valendo o que as redes sociais e os discursos de ódio fomentam dia após dia, o que me faz lembrar Nietzsche, ao afirmar que "Deus morreu", ainda que eu entenda o filósofo ao perceber que é o discurso sobre Deus que está morto. Quanto às igrejas, simplesmente se tornaram o túmulo de Deus; não há vida ali, não há amor. O discurso de ódio e as práticas odiosas nos tomaram, o que de fato torna a igreja algo completamente obsoleto. </p><p>liberdade, beleza e Graça... </p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-84936040621650030992020-12-14T17:53:00.002-08:002020-12-14T17:53:29.257-08:00"A pandemia quase matou o pensar"<p> (Estou devendo esse texto).</p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-15702652992663089392020-11-20T08:48:00.002-08:002020-11-20T08:49:37.049-08:00"Dia da consciência negra"<p> (a pandemia está acabando e eu vou voltar a escrever. rsrs).</p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-21605486872779260362020-10-22T08:36:00.002-07:002020-10-22T08:36:49.913-07:00"É possível falar em Reino de Deus para uma igreja bolsonarista?"<p> (a pandemia vai acabar e eu vou voltar a escrever.... rsrsrs).</p><p><br /></p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8600785093765908398.post-31747665270915647182020-08-28T10:31:00.002-07:002020-08-28T10:31:06.510-07:00"Matar, sim; divórcio, nunca!"<p> (estou devendo esse texto).</p><p><br /></p><p><br /></p>Cleintonhttp://www.blogger.com/profile/04039947423365918669noreply@blogger.com0