No último domingo, dia 16, o Datafolha divulgou uma pesquisa de intenção de voto para a presidência do Brasil em 2014, quando vence o primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff. É claro que, sendo feita pelo Datafolha, instituto do conservador jornal Folha de S. Paulo, a pesquisa intentava captar, sobretudo, a força do processo da ação penal 470, batizada de "mensalão", sobre a intenção de voto dos brasileiros.
Para surpresa da grande mídia, chamada pelos mais progressistas de golpista, a pesquisa traz Lula ou Dilma como vencedores, já no primeiro turno. A independer da candidatura a ser defendida pelo Partido dos Trabalhadores em 2014 (sendo que Lula já afirmou que sua candidata é a atual presidenta), a pesquisa mostra que o PT ganharia facilmente a eleição, o que assustou, e muito, a grande mídia, fazendo com que tal pesquisa sequer fosse mencionada pela Rede Globo, carro chefe - ao lado da revista Veja - do que é hoje chamado de PIG - Partido da Imprensa Golpista.
O excelente Observatório da Imprensa chegou a conjecturar que talvez a mídia não tenha tanta força assim, ao se pensar em formação da opinião pública. Afinal, a voracidade com que Globo, Veja, Estadão e Folha trabalharam o evento "mensalão" não poderia ser paga com um povo que "parece que não entendeu nada"! Sim, parece que a força da grande mídia não atingiu o demos, o povo; não atingiu a democracia.
Se o Observatório estiver com a razão, Marx poderá ser mais problematizado, uma vez que uma sua tese defende os detentores do poder econômico como detentores também do poder de formar opinião e gerar as demandas que mais lhes interessam. Agora, se o povo, apesar do teatro promovido em torno da ação penal 470, não mudou radicalmente de intenção, buscando uma direita que sempre o recebe (em épocas eleitorais) "de braços abertos", é porque tal povo, o demos, não forma sua opinião pela grande mídia! Se essa afirmação for verdadeira, existe razão para se ter esperança no Brasil. Existe motivação para se buscar o fim da corrupção no país. Existe, pois, saída para todos as demais mazelas sociais brasileiras, visto que a pior delas, a opinião publicada tentando ser entendida como pública, gerando alienação e manipulação, já não se conseguirá efetivar.
Que todos os culpados por corrupção sejam punidos, sejam do mensalão do PSDB, sejam do mensalão do PT, sejam de quaisquer outros órgãos e organizações. Que o ministério público e a polícia federal tenham sempre liberdade para investigar a todos, incluindo o procurador geral da República Roberto Gurgel, o ministro do STF Gilmar Mendes, o banqueiro Daniel Dantas e o jornalista da Veja Policarpo Júnior. Enquanto os sonhos deste parágrafo não se realizam, que o povo possa votar com liberdade, independentemente do que pensam Globo, Veja, Estadão, Folha e os demais organismos que pensam que o demos são eles. O demos é o povo; eles, na verdade, são o "demo".
liberdade, beleza e Graça...
"Se o Observatório estiver com a razão, Marx estará sem razão, uma vez que sua tese defende os detentores do poder econômico como detentores também do poder de formar opinião e gerar as demandas que mais lhes interessam."
ResponderExcluirCleinton essa não é uma hipotese muito forte não?
Acho que é, sim, Julio. Mas, como você mesmo disse, é só uma hipótese. Interessante, por sinal, mas, uma hipótese. Um abraço, amigo.
ResponderExcluirA PAZ AMADO, SEU TRABALHO É SENSACIONAL PARABÉNS, PEÇO QUE FAÇA ALGO SOBRE NATAL E ANO NOVO. DEUS TE ABENÇOE.
ResponderExcluirMuito bom! Uma ponta de esperança... Lembrei daquela música do Lulu, "A Cura"! Talvez estejamos perto de experimentar verdadeiras transformações..rs.
ResponderExcluirÉ um "talvez", Liana, mas já é sim uma ponta de esperança.
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