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Graduado em Artes Cênicas, Teologia e Ciências Sociais. Mestre em Sociologia e Direito pela UFF, Doutor em Sociologia pela UERJ e Pós-doutor em Sociologia Política pela UENF. Pesquisador de Relações Raciais, Sociologia da Religião e Teoria Sociológica. Professor do Instituto Federal de São Paulo.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

"O que fazer com os falsos profetas?"

Não é de hoje que as declarações bombásticas tiram o sono da gente de bem. Tendo vivido infância, adolescência e juventude (atualmente) nos anos 1980, 1990 e 2000, respectivamente, sempre tive os tímpanos de menino invadidos por frases de efeito que, quase sempre, beiraram o terror. Nos tempos passados, tais declarações sempre conseguiam me convencer, sem que eu pensasse em refutá-las. Mas, pudera, um menino vai refutar o quê nesse mundo cão? Todavia, a idade vem chegando e o benefício da dúvida vem sendo trazido aos poucos. O grande Fukuyama declarou que a história acabara e eu embarquei, sem titubeio, lendo sua tese; os estadunidenses disseram que foram à lua e eu nem pisquei os olhos, acreditando de pronto; outros disseram que o petróleo acabaria em 15 anos (eu era um molecote à época) e começamos a pensar em como solucionar o problema, plantando cana-de-açúcar aos borbotões. Mais recentemente, confesso que minha postura tornou-se cética; não acreditei que o Iraque tinha armas químicas e nem como fazer a bomba de hidrogênio. Deixei de acreditar em tudo "à primeira contada"! Perdi a ingenuidade, acho. E a culpa, reconheço, é da minha falecida avó.
Dona Jacionira Rezende morreu há dois anos - contando 92 primaveras -, jurando de pé junto que "o homem nunca foi à lua, e foi tudo armação!". Por causa da postura da vózinha - como eu carinhosamente a chamava - passei a não acreditar mais em qualquer coisa sem uma prévia análise crítica. Hoje, sem medo de ser feliz, afirmo: não acredito que o homem tenha pisado em solo lunar; não acredito no fim da história; não acredito em uma só palavra do velho e do novo Bush; e, pasmem, acho que a água não vai acabar jamais! Se Adam Smith tinha razão ao dizer que havia uma "mão invisível" que comandava a economia mundial, creio que há uma "sombra especulativa" que nos quer aterrorizar com declarações que nunca serão provadas.
Pelas leis bíblicas, se uma profecia não se realizasse, o profeta teria de ser apedrejado! Portanto, é hora de correr atrás dos "profetas", pois o petróleo é descoberto a cada novo dia, a história não acabou, o Iraque não tinha armas químicas - e nem capacidade para a bombra da infâmia -, e não me convencem mais - e não apenas a mim - de que se pisou no satélite dos românticos.
Então, homens e mulheres de senso crítico, às pedras! Ops, esqueci-me de que sou pastor! Deixemos as pedras, pois. O texto vira, assim, uma homenagem à vózinha, que me ensinou a duvidar. Jacionira Rezende vive!

liberdade, beleza e Graça...