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Graduado em Artes Cênicas, Teologia e Ciências Sociais. Mestre em Sociologia e Direito pela UFF, Doutor em Sociologia pela UERJ e Pós-doutor em Sociologia Política pela UENF. Pesquisador de Relações Raciais, Sociologia da Religião e Teoria Sociológica. Professor do Instituto Federal de São Paulo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

"Direitos trabalhistas: estão passando a boiada no Congresso!"

É já sabido que Jair Bolsonaro não agrada à maioria da população. Qualquer instituto de pesquisa diz isso, independentemente da possível linha ideológica de cada instituto, já que tais órgãos também representam segmentos da sociedade, como é o caso das pesquisas financiadas pela CNI - Confederação Nacional da Indústria, que, óbvio, terá sempre um olhar voltado para o empresariado industrial. A dúvida, então, é por que razão tal descontentamento não se transmuta em uma resposta efetiva do Parlamento.

A resposta parece ser simples: Bolsonaro e suas falas e posturas autoritárias e antidemocráticas são mera cortina de fumaça para que a burguesia brasileira toque para frente seu projeto de nação, que é o país como fonte de riquezas para uma pequena parcela, aquela que consegue jungir empresários, banqueiros e especuladores de bolsa de valores. Para esses, ainda que Bolsonaro seja uma besta, ele "deixa a boiada passar" na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, onde as pautas empresariais têm encontrado bom trânsito desde a posse daquele que a (agora) maioria desaprova. 

Em post antigo esse espaço defendeu que o estrago feito por Michel Temer, em termos de direitos trabalhistas, e só para ficar nesse exemplo, duraria 20 anos para ser consertado. Hoje, infelizmente, preciso afirmar que o estrago feito pelo bolsonarismo durará muito mais, com o risco de nunca mais deixar o país ser um espaço democrático e afeito ao contraditório. Se a burguesia brasileira se importa com isso? Parece que não, visto que até trabalho sem carteira assinada, sem férias, sem 13º salário e sem FGTS foi proposto por essa classe que nunca se cansou de enriquecer a si e massacrar a outrem. 

Se reclamam do fato do deputado Arthur Lira, presidente da Câmara, não pautar um pedido sequer de impedimento de Jair Bolsonaro, a resposta está no fato de que Lira tem conseguido colocar em pauta aquilo que interessa à classe que ele representa, e até faz parte. Sem impeachment e sem um debate sobre o que tem passado pelo Congresso, corremos o risco de jogarmos uma geração inteira no lixo, restando a nós programinhas como um "criança esperança" da vida, através do qual o empresariado mostra "sua cara bondosa", visto é que preciso uma cesta básica por ano para que a luta contra a desigualdade pareça estar se dando, mudando-se tudo para que tudo fique como está. 

liberdade, beleza e Graça...