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Graduado em Artes Cênicas, Teologia e Ciências Sociais. Mestre em Sociologia e Direito pela UFF, Doutor em Sociologia pela UERJ e Pós-doutor em Sociologia Política pela UENF. Pesquisador de Relações Raciais, Sociologia da Religião e Teoria Sociológica. Professor do Instituto Federal de São Paulo.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

“Na era dos direitos, alguns não têm direitos”

É chato ficar batendo na mesma tecla sempre, pois fatalmente corre-se o risco de se parecer um fomentador do chamado "patrulhamento ideológico", o que este espaço nunca pretendeu referendar. Contudo, é importante trazer à tona - e mais uma vez, pois nesta página já há três textos sobre a temática - a questão do direito dos homossexuais e dos que deles se distinguem. Sendo várias as razões para que tal tema volte a figurar este espaço, citaremos algumas.

- No dia 31 de julho de 2009, o Conselho Federal de Psicologia decidiu aplicar censura pública à psicóloga carioca Rozângela Alves Justino, que oferecia terapia a pessoas homossexuais que a procuravam em busca de ajuda para largar o homossexualismo.

- No dia 5 de agosto de 2009, a cantora Cláudia Leitte foi chamada de homofóbica por ter declarado que gostaria que seu filho recém-nascido fosse heterossexual.

- Em janeiro de 2010, o programa da Rede Globo Big Brother Brasil escolheu três homossexuais declarados para participarem do jogo e entre suas atividades, que alguns entendem como “um papel social relevante para vencer-se a discriminação”, está o tomar banho de sol e piscina nus, sem qualquer preocupação com o horário em que pessoas de todas as idades assistem tevê, e ensinar como se faz sexo oral, tanto em homens como em mulheres, também sem qualquer preocupação com o público que lhes dá atenção.

- No dia 4 de fevereiro de 2010, o senador Eduardo Suplicy acionou o Senado Federal, no intuito de enquadrar o general Raimundo Nonato de Cerqueira Filho, candidato ao Superior Tribunal Militar, que tinha declarado no dia anterior - falando sobre a postura pública de um homossexual - que em sua opinião particular, "a vida militar se reveste de características que podem não se enquadrar em quem tem esse tipo de comportamento”. O general afirmou ainda, corroborando a fala do almirante Álvaro Luiz Pinto, que a questão não seria o homossexualismo em si, mas uma “postura que pudesse aparecer” e o fazer (o militar homossexual comandante) ter dificuldades em comandar, já que os liderados não obedeceriam, uma vez que ele, o general, teve conhecimento de que em vários exércitos isso se dera. Se não aparecesse a “postura”, não teria qualquer problema, segundo suas palavras, que se equipararam com as do almirante Álvaro Pinto: “Não tenho nada contra, desde que mantenham a dignidade da farda, do cargo e do trabalho. Se ele mantiver a sua dignidade, sem problema nenhum. Se for ferindo a ética, aí eu não seria a favor”.

Sabemos dos sérios riscos em se escrever o que agora escrevemos, todavia, o que sempre se procurou aqui foi que a luta pela liberdade de expressão se desse, inclusive para aqueles que de forma bem particular se colocam no mundo social. A Constituição Federal garante isso a todos.
Assim, não vemos problemas em mostrar nossa insatisfação com a postura de patrulhamento ideológico imposto, que tem feito com que quem não pensa consoante àquilo que se estabeleceu como “politicamente correto” não seja bem aceito.
Os homossexuais têm os seus direitos, mas quem não é também tem o direito de rechaçar posturas como as que a Rede Globo vem mostrando como “a última moda”.
Se a Rede Globo e os patrulhadores de plantão não puderem respeitar os direitos alheios, não poderão pleitear direito algum, visto que o que se tem apresentado é a ratificação de uma postura contra todo o preceito democrático. Se a coisa continuar como está, viveremos não uma democracia plena, mas um pleno estágio infernal do “politicamente correto”.

liberdade, beleza e Graça...