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Graduado em Artes Cênicas, Teologia e Ciências Sociais. Mestre em Sociologia e Direito pela UFF, Doutor em Sociologia pela UERJ e Pós-doutor em Sociologia Política pela UENF. Pesquisador de Relações Raciais, Sociologia da Religião e Teoria Sociológica. Professor do Instituto Federal de São Paulo.

quinta-feira, 28 de julho de 2022

"Análise da conjuntura política para a eleiçâo 2022"

A eleiçao que se aproxima pode ser a mais óbvia, com Lula nadando de braçada rumo á vitória, mas, em tempos de redes sociais e divulgação em massa de tudo, sempre é bom ficar com um pé atrás. A saída de Sérgio Moro do páreo praticamente liquidava a tentatia de se levar a disputa para um segundo turmo, dada a rejeição de Bolsonaro e a fraqueza da chamada "terceira via", que só se tornaria competitia com um Ciro Gomes como cabeça de chapa, trazendo de repente uma Simone Tebet como vice. Com Janones abrindo mão em favor de Lula, bem como com o excelente desempenho deste na sabatina do Jornal Nacional, a coisa passou a ficar ainda mais propensa a um turno apenas, mas é sempre bom lembrar que o mundo dá voltas.

A análise que faço é a de que ainda há espaço para uma vitória em primeiro turno, mas dependendo de dois fatores cruciais, que considero que devem acontecer já na primeira semana se setembro. Há pesquisas que mostram que 55% dos eleitores que declararam voto em Ciro Gomes admitem mudar de atitude já no primeiro turno, trazendo o chamado "voto útil" em Lula, o que seria melhor para evitar Bolsonaro e toda a sua máquina de fake news em um turno adicional. Além disso, existe a ala "petista" do MDB, ávida por um apoio de Tebet a Lula, cedendo a este mais de 2 a 4 pontos percentuais. 

Não alcançando Ciro Gomes os dois dígitos até a primeira semana de setembro, é bem provável que tenhamos um incremento nas intenções de voto em Lula já nesse período, todavia, o bom desempenho de Simone Tebet no primeiro debate dos presidenciáveis deve frustrar os planos de Renan Calheiros e companhia na intenção de tirá-la do páreo, sendo isso talvez insuficiente para atrapalhar a vida de Lula, se se confirmarem mesmo pelo menos parte dos 55% dos ciristas. 

Lula não perdeu votos com o primeiro debate, mas também é consenso de que não ganhou novos adeptos, visto não ter sido nem sombra do Lula que encarou com destreza e maestria a dupla que comanda o Jornal mais assistido do país. De todo modo, o petista deu a sorte de ao menos ter sido superior a Bolsonaro, que, sendo classicamente Bolsonaro, caiu justamente onde não poderia cair, a saber, na misogenia de sempre, ao atacar covardemente a jornalista Vera Magalhães, o que o impediu de fazer o afago mais do que necessário no eleitorado feminino, segmento em que perde feio.

O vacilo de Bolsonaro acabou por ser a maior lembrança que se terá desse primeiro encontro, no qual Lula não se expôs, numa postura de controle de estragos, sobretudo quando confrontado por Bolsonaro sobre a temática da corrupção. Se quiser ganhar novos eleitores, o petista terá de ser mais incisivo no debate da Globo, às vésperas da eleiçao. Analisada a "vitória" de Tebet e não confirmada a migração dos ciristas para Lula, será necessário um combate muito mais forte no debate final, mas isso Lula sabe bem como fazer. Afinal, como disse Chico Pinheiro, "ninguém ensina futebol ao Pelé".

liberdade, beleza e Graça...  

(Ps: o atraso na publicação me fez trazer novos elementos, como os do debate de ontem, dia 28/08).