Quem sou eu

Minha foto
Graduado em Artes Cênicas, Teologia e Ciências Sociais. Mestre em Sociologia e Direito pela UFF, Doutor em Sociologia pela UERJ e Pós-doutor em Sociologia Política pela UENF. Pesquisador de Relações Raciais, Sociologia da Religião e Teoria Sociológica. Professor do Instituto Federal de São Paulo.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

"O uso político da saúde funcionará de novo para Bolsonaro?"

O presidente está encurralado por números de uma pandemia que ele negou e por uma CPI muitíssimo preparada e atenta a denúncias de corrupção que o presidente conhecia, mas não fez nada para evitar. Resultado: hora de apelar para a questão da saúde novamente, tendo o filho Carlos, muito corajoso em redes sociais, como fomentador de notícias e apelos que possam transformar o pai em mito e vítima de "perseguição comunista", de novo.

Os rumores dão conta de que Jair Bolsonaro pode ter uma doença muito séria (talvez um câncer), mas que a esconde, a fim de que a facada sofrida em 2018 seja sempre a razão de tudo o que a ele acontece de ruim, lembrando sempre que, a fim de buscar ligar Lula a tudo o que o cerca, a facada foi dada por um ex-filiado do PSOL, partido que seria o braço esquerdo do Partido dos Trabalhadores, num forçar de barra que não está mais tendo potência para colar.

Lula está à frente de Bolsonaro em todas as pesquisas de intenção de voto para 2022, incluindo aquelas feitas por entidades à direita do espectro político, como a da XP investimentos, tão ávida por uma vitória bolsonarista em 2018, e também em 2022. Vendo que a retórica que defende que "isso é coisa da Globo e do Datafolha" não pode mais ser usada, a intenção do bufão do Planalto é tentar mudar a personagem a representar, agora, não o corajoso, incomível, imbloxável e atlético anti-vacinas, mas a vítima de atentado político que, óbvio, precisa chegar a Lula e ao PT, e a qualquer custo.

Se em 2018, por pura solidariedade ao candidato hospitalizado, os adversários o pouparam de críticas, o que em muito colaborou para sua eleição, já que, além da imagem de quase martirizado por querer mudar o Brasil, ele ainda não teve problematizadas as suas ideias (extremamente nocivas, diga-se) sobre mulheres, lgbt´s, negros, terras indígenas, reforma agrária, meio ambiente, educação pública etc., não se pode acreditar no mesmo nesse 2021 pré-eleitoral, já que os olhos parecem estar se abrindo, a vontade de que o presidente responda pelos seus atos e omissões está se mostrando a cada dia mais real, e, com a catarse coletiva parecendo estar no seu final, já até é possível ver as Madalenas arrependidas trocando o grito de "Mito, mito, mito!" pelo "eita, facada mal dada!".

liberdade, beleza e Graça...