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Graduado em Artes Cênicas, Teologia e Ciências Sociais. Mestre em Sociologia e Direito pela UFF, Doutor em Sociologia pela UERJ e Pós-doutor em Sociologia Política pela UENF. Pesquisador de Relações Raciais, Sociologia da Religião e Teoria Sociológica. Professor do Instituto Federal de São Paulo.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

"Moro e Dallagnol são criminosos: alguém fará algo?"

Já é sabido que o site de jornalismo investigativo The Intercept Brasil - agora juntamente com a Revista Veja, o colunista Reinaldo de Azevedo e o Jornal Folha de S. Paulo - confirmou, através de rigorosos exames jornalísticos, a autenticidade do material que comprova o conluio formado pelo ex-juiz Sergio Moro e o Ministério Público Federal, em especial na pessoa de seu líder, o procurador Deltan Dallagnol, no intuito de burlar o sistema jurídico nacional, visando, como se a Operação Lava Jato fosse um grupo ou partido político, interferir no resultado das eleições de 2018, no que foram exitosos, como se pode agora ver. 

A pergunta que fica é se, após tantas provas, o agora Ministro da Justiça e Segurança Pública vai continuar no cargo, já que tem, com o apoio da grande mídia, tentado mudar o foco para a forma como as informações chegaram ao conhecimento público, visto que agora chama de "flagrante ilegalidade" o que ele mesmo fez, quando do vazamento ilegal de conversas da ex-presidente Dilma Rousseff, momento no qual o então juiz disse que "não importava a forma por meio da qual a conversa foi obtida, mas sim o conteúdo do diálogo", que seria "de grande interesse nacional". 

Também é de muito interesse nacional saber como um juiz pode atuar como líder de uma força tarefa, já que assumiu uma das partes e articulou a derrota da outra, demostrando que não manteve a imparcialidade necessária, o que o coloca em suspeição e, legalmente, anula todos os atos do mesmo na operação que o catapultou à condição de Ministro de Estado. Todavia, com a polarização política esgarçada como está - e com um presidente que não entende que a campanha política acabou, incitando seu eleitorado mais radical a tomar posturas belicistas - não se sabe como será possível que Moro, que teria de ser investigado pela Polícia Federal, será atingido, visto que tal polícia está sob seu controle, o que pode até culminar no que alguns já chamam de "polícia política de Moro".

A fome por dinheiro já desbancou o evangélico Deltan Dallagnol, que nada mais queria do que enriquecer com palestras, montando empresa com a esposa como laranja. Assim também, a fome por poder acaba por desbancar o superministro Moro, que, no afã de uma vaga no Supremo, acabou com qualquer chance de figurar lá como ministro, já que só um bolsonarista louco ainda acredita nisso. Se ambos vão cair, perdendo seus cargos e sendo julgados por prevaricação e formação de quadrilha, já é outra e muito mais difícil questão. Mas uma coisa é certa, quando começarem a surgir os áudios mais dolorosos para o ministro Moro, não restará ao Presidente da República outra coisa, senão continuar a colocar a mão no fogo apenas pela famiglia.

liberdade, beleza Graça...   



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