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Graduado em Artes Cênicas, Teologia e Ciências Sociais. Mestre em Sociologia e Direito pela UFF, Doutor em Sociologia pela UERJ e Pós-doutor em Sociologia Política pela UENF. Pesquisador de Relações Raciais, Sociologia da Religião e Teoria Sociológica. Professor do Instituto Federal de São Paulo.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"Instalações poéticas"

"As estações e os cafezais"

E era como um lapso de memória
Que em trazendo potência, alma, história
Irradiava um breu de luz
E dos tomados velhos vícios, desesperanças, desperdícios
Caos, silêncios de interstícios, já obrigava à cura o pus

E em pressa, luta, correria
Ao transmutar descrença pia, desrespeitando a agonia
Nada mais quis do que inventar
Só fez da Mata, alma bela
Correr por mares, vilas, vielas
Sendo usurpadas já em Vilelas
Por transformar o mar em A-mar

E num pulsar mais que ingente
Ao desnudar o incorrente
Para animar alma nascente em plantações primaveris
Mudou em vida a morte crua
Inspirou gritos, choro em rua
E apaixonando uma alma nua
Pra eternidade pôs raiz


liberdade, beleza e Graça...

3 comentários:

Sandra Silva disse...

Transmutação

Lânguido canto, desterro de um só
Em alma forjada ao pó e ao sol.
Entremeios austeros ao lírico som da busca
Quando a aflição, nua e crua,
Requer o silêncio da paz.
As mãos estendidas, pedintes
De sonhos e anseios distantes,
Perdidas nas noites insones,
Exiladas , catatônicas, mutiladas em dó.
Alma parida em alijado discurso,
Revés do brilho matutino
Ao despertar da única aurora possível,
Do orvalho translúcido e cálido.
Dilacera a fera a carne da alma,
Na imolação prematura do ser.
Rios vermelhos em delineios , rabiscos,
Retratos, molduras tingidas de dor.
O corpo tomba abrupto e solene
Ante a formosura do monstro.
Comam-lhe as vísceras, os vermes!
Bebam-lhe o líquido viscoso e fétido
Para que o regurgito lhe seja redenção.
Inerte, sem fôlego vital ou qualquer
Resquício de lembrança-soluço,
São negros instantes os próximos tremores.
A percepção inexata da névoa densa e gélida
Dá-lhe a convicção atroz do flagelo, por fim, vivido.

Rompe o grito de liberdade em clausura,
Em hino contrito metrificado em si.
Áureos são os delicados sentidos
Na promulgação do acerto cabal.
Gerânios e jasmins em íntimas janelas
Exalam por poros carnais até seus ínfimos odores.
Áureos tons e matizes outros
Colorem as paredes dos quatro cantos de outrora,
Nas quais a alma exerceu seu suplício.
Trôpega e revivida das cinzas,
Límpida de pés e de mãos,
Com túmidos e possantes pulmões
Inspira a alma tenra vida,
Expirando em riso
O que escolheu pra si,
O que lutou por ser,
Não conseguindo em vida.
Na lápide fria, o epitáfio escrito:

“Cala-te, ó voz!,
Que desses recantos de outrora
Procura em mim hoje
Razão pra si mesma,
Pois o que em tão distante se fez
Consolidou-se na aurora
E, na plenitude do tempo,
Jamais foi poesia pra mim.
Cala-te! Apieda-te
Do meu ser forasteiro,
Pois da cálida flor
Colhida na estrada,
Fez razão da sua vida.
Fez alento e jardim.
Cala-te, então.
Fica em silêncio de morte,
Pois na languidez do teu canto
Repousa minha paz.”

Sandra Silva

Juliana disse...

:)

julio cesar disse...

grande amigo pastor como ja te disse pessoamente, vc manda muito bem nesse seu blog,um abraço de um amigo