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Graduado em Artes Cênicas, Teologia e Ciências Sociais. Mestre em Sociologia e Direito pela UFF, Doutor em Sociologia pela UERJ e Pós-doutor em Sociologia Política pela UENF. Pesquisador de Relações Raciais, Sociologia da Religião e Teoria Sociológica. Professor do Instituto Federal de São Paulo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

"11 de setembro: 40 anos que significam tanto quanto 12"

Se tem uma data que jamais sairá da cabeça de milhões - talvez bilhões - de pessoas de todas as partes do mundo, essa data é o 11 de setembro. Tal importância tem esse dia, que não é raro encontrarmos intelectuais que defendem que o século XXI começa no fatídico 11 de setembro de 2001, data muito mais "secular" e importante do que o insosso janeiro do mesmo ano. No 11 de setembro, de forma muito particular, há o temor de ataques terroristas em várias partes do planeta, há invasões nervosas e ameaçadoras a sítios eletrônicos de governos, e há também sintomas de belicismos de toda natureza nas embaixadas ocidentais que cercam o mundo. Consciente ou até inconscientemente, tal data ficou marcada como a da tensão, do pavor e do medo. Nenhum ser com um mínimo de informação pode mais afirmar que o 11 de setembro é "um dia comum, como outro qualquer", pois, verdadeiramente, não é.

Acontece, todavia, que o que ocorreu há 12 anos nos Estados Unidos não tem caráter de ineditismo, em se tratando de tensão, pavor e medo. No mesmo 11 de setembro, mas em 1973, um golpe militar destituía um governo democrático e constitucional no Chile do presidente socialista Salvador Allende. Tal como ocorrera no Brasil, a preocupação dos Estados Unidos de que a América Latina pudesse se tornar terreno fértil para as ideias de Karl Marx, Vladimir Lênin e Leon Trotsky fez com que uma democracia fosse invadida pelo terror, pela tortura e pela morte. Travestidos de "terra da liberdade" (Assange e Snowden sabem bem que não era e nunca será), nossos irmãos da América de lá espalharam ditaduras militares que não fizeram muito além de trazer a ameaça, o terror e a tortura que mortifica.

Não fosse a derrubada das torres gêmeas do World Trade Center, há doze anos, a derrubada da esperança no Chile seria "apenas mais um 11 de setembro, uma data qualquer". Mas as torres caíram e quem caiu foi e é obrigado a se lembrar de que outrora também derrubou. Muito curiosamente, o número de mortos foi praticamente o mesmo: em torno de três mil em 1973 e em torno 3 mil em 2011. Perdi praticamente o mesmo que fiz perder. Senti praticamente o mesmo que fiz sentir. Chorei praticamente o mesmo que fiz chorar bem que poderia ser um poema de alguém. Se este poema, ao fim e ao cabo, não existe no panteão de textos que fazem estremecer a alma, a poética e profética frase de Allende - à beira da morte, e com o palácio sendo bombardeado por caças - jamais deixará de soar nos corações daqueles que lutam pela verdadeira liberdade: "Muito mais cedo do que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor". 

liberdade, beleza e Graça...

Um comentário:

Liana disse...

Só pensam em si mesmos, nas suas dores, nas suas conquistas. E ainda tem a cara de pau de julgar líderes de outros países, como se se importassem com as pessoas de lá.